segunda-feira, 22 de junho de 2009

STF decide que diploma de jornalismo não é obrigatório para o exercício da profissão


Tem tudo a ver com a cultura de nosso país. Até porque notícias como esta só acontecem aqui. Foi retirada do site da UOL. Vamos a matéria





"Por 8 votos a 1, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram na sessão desta quarta-feira (17) que o diploma de jornalismo não é obrigatório para exercer a profissão. Votaram contra a exigência do diploma o relator Gilmar Mendes e os ministros Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. Marco Aurélio defendeu a necessidade de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão. Os ministros Joaquim Barbosa e Carlos Alberto Menezes Direito não estavam presentes na sessão.
Para o relator, danos a terceiros não são inerentes à profissão de jornalista e não poderiam ser evitados com um diploma. Mendes acrescentou que as notícias inverídicas são grave desvio da conduta e problemas éticos que não encontram solução na formação em curso superior do profissional. Mendes lembrou que o decreto-lei 972/69, que regulamenta a profissão, foi instituído no regime militar e tinha clara finalidade de afastar do jornalismo intelectuais contrários ao regime. Sobre a situação dos atuais cursos superiores, o relator afirmou que a não obrigatoriedade do diploma não significa automaticamente o fechamento dos cursos. Segundo Mendes, a formação em jornalismo é importante para o preparo técnico dos profissionais e deve continuar nos moldes de cursos como o de culinária, moda ou costura, nos quais o diploma não é requisito básico para o exercício da profissão. Mendes disse ainda que as próprias empresas de comunicação devem determinar os critérios de contratação. "Nada impede que elas peçam o diploma em curso superior de jornalismo", ressaltou. Leia aqui a íntegra do voto.Seguindo voto do relator, o ministro Ricardo Lewandowski enfatizou o caráter de censura da regulamentação. Para ele, o diploma era um "resquício do regime de exceção", que tinha a intenção de controlar as informações veiculadas pelos meios de comunicação, afastando das redações os políticos e intelectuais contrários ao regime militar.
Já Carlos Ayres Britto ressaltou que o jornalismo pode ser exercido pelos que optam por se profissionalizar na carreira ou por aqueles que apenas têm "intimidade com a palavra" ou "olho clínico".O ministro Celso de Mello afirmou que preservar a comunicação de ideias é fundamental para uma sociedade democrática e que restrições, ainda que por meios indiretos, como a obrigatoriedade do diploma, devem ser combatidas.O único voto contrário no julgamento foi dado pelo ministro Marco Aurélio. Ele alegou que a exigência do diploma existe há 40 anos e acredita que as técnicas para entrevistar, editar ou reportar são necessárias para a formação do profissional. "Penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional que repercute na vida dos cidadãos em geral", afirmou. "





Comentem.....o que vocês acham da decisão do STF? Você é a favor ou contra?

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Totalmente contra...
    Para mim essa decisão do STF é um retrocesso... Uma decisão lamentável e vergonhosa para o Brasil.
    Com tantos problemas a serem discutidos e resolvidos país... Derrubar a obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo é simplesmente uma falta de respeito com milhões de profissionais que dedicaram suas vidas ao jornalismo sério e com responsabilidade e hoje se deparam com a realidade de que qualquer um pode ser exercer a profissão.

    Que país é este que desvaloriza e simplesmente joga no lixo a qualificação e a profissão de milhares de trabalhadores deste país? Então estudar e se aperfeiçoar para trabalhar com a veiculação da informação não vale mais nada? “Qualquer um” pode fazer o que fomos qualificados e preparados para fazer?

    Por um acaso estes Ministros, que utilizaram argumentos tão absurdos para justificar esta decisão, sabem que entre muitas outras disciplinas estudamos história, sociologia, antropologia, língua portuguesa, legislação, todos os diferentes meios de comunicação e seus impactos sobre a sociedade, ética...

    Aos colegas, aconselho que sigamos confiando em nosso trabalho e em nossa competência. Aos demais sugiro que torçam para que no futuro não sejam banidos também os diplomas de médicos, engenheiros, e afins, pois neste país nada é impossível...

    ResponderExcluir
  3. Eu acredito que haverá um atraso enorme no meio jornalístico. Sinceramente, acredito que para exercer qualquer profissão, e principalmente uma função pública, toda pessoa deve ter uma qualificação mínima em curso superior específico na área de atuação.
    Fico profundamente triste em vivenciar este retrocesso.
    Veranice Pimel

    ResponderExcluir